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Roraima está em 1º lugar no Ranking de assassinatos de pessoas trans por 100 mil habitantes

  • Foto do escritor: Diretoria de Comunicação da ASSOER
    Diretoria de Comunicação da ASSOER
  • 16 de mar. de 2020
  • 3 min de leitura


Roraima registrou no passado um assassinato de travesti, o caso da jovem Sandrielly Vasconcelos, de 24 anos, vítima de uma série de agressões e até tortura, em Boa Vista. O crime, ainda sem desfecho, aparece na lista de pessoas transgêneras vítimas de violência em 2019 no relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgado dia 29/01/2020, data que marca o dia da visibilidade trans.


Assassinato de Sandrielly Vasconcelos deve ser acompanhado pela Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Estado de Roraima

Foto: Arquivo pessoal


Com a morte de Sandrielly, o Estado lidera o relatório como o que, proporcionalmente, registrou a maior taxa de assassinatos de pessoas transgêneras no ano passado - 8,69% para cada 100 mil habitantes. Em números reais, com 21 mortes, São Paulo aparece no topo ranking de mortes.

A jovem, segundo a Delegacia Geral de Homicídios (DGH), que investiga o caso, foi morta por uma facção criminosa, após os integrantes desconfiarem que ela estaria comprando drogas com um grupo rival.

Três envolvidos no crime, segundo a DGH, já foram identificados e a polícia tenta localizar mais três. Nove meses após o assassinato, ninguém foi preso.

"Os autores do crime planejaram a morte de Sandrielly Vasconcelos e a renderam quando foi ao local comprar drogas, onde foi amarrada, torturada e morta", informou a DGH em nota.

Sandrielly teve as costas queimadas, pés e mãos amarrados, e sofreu um profundo corte no pescoço. Além disso, segundo a polícia, ela "não tinha envolvimentos com facção criminosa e era usuária de drogas."


"É exatamente dentro desse cenário em que se encontram a maioria esmagadora das vítimas, tendo sido empurradas para a prostituição compulsoriamente pela falta de oportunidades encontrando-se em alta vulnerabilidade social", destaca um trecho do relatório.

Taxa de assassinatos de pessoas trans/100 mil habitantes, proporcionalmente. Roraima está em 1º Lugar do Ranking de assassinatos de pessoas trans, com a taxa de 8,69% do total.


Seguido de Roraima, o Mato Grosso aparece como o estado com a segunda maior taxa de assassinatos de trans, com 7,52%, e o Tocantins em terceiro, com 6,66%.


O relatório da Associação aponta que não existem dados governamentais sobre transfobia. O levantamento se baseia em casos noticiados por jornais e a Associação alerta para a subnotificação, tendo em vista que verdadeira motivação dos crimes nem sempre é explicitada nos registros.


Em todo o Brasil, a associação contabilizou 124 assassinatos, o número é o menor desde 2016 quando foram identificados 144 casos. Em 2017, foram mapeados 179 assassinatos e em 2018, 163.


'Tive que me fazer de morta para não morrer'


Thamires Silva, de 31 anos, foi atacada a pauladas em agosto de 2019

Foto: Fabrício Araújo/G1 RR


O relatório da Antra aponta ainda uma tentativa de homicídio de uma pessoa trans em Roraima e o caso de uma travesti que precisou fingir estar morta para conseguir escapar de um ataque e sobreviver.


A descrição é semelhante ao caso da cabeleireira Thamires Silva, de 31 anos. Ela conta que no dia 25 de agosto foi atacada a pauladas sobre os gritos de "ela não é Bolsonaro" quando saia de uma festa no Bela Vista, zona Oeste da cidade.


"Eu já tinha sofrido agressões verbais, mas essa foi a primeira física e já foi com pauladas".

A agressão, segundo Thamires, aconteceu após ela aceitar carona de dois homens desconhecidos para uma festa. Ao G1 ela disse que até então considerava normal aceitar caronas porque sempre recebia quando fazia programas.

Thamires contou que o motorista do carro tomou um destino diferente e a levou ela para um lugar deserto e mandou que ela saísse do veículo. "Ele me largou, entrou no carro, abaixou o vidro e gritou: 'ela não é Bolsonaro'".

Depois do grito, veio a primeira pancada, depois até que ela caiu no chão, onde continuou sendo agredida, relembra a vítima.

"Eu tive que me fazer de morta para não morrer".

Depois que os dois homens foram embora, Thamires começou a caminhar, encontrou uma amiga e em seguida desmaiou. Ela foi levada ao Hospital Geral de Roraima onde ficou cerca de 11 dias internada.

No geral, o dossiê aponta que o número de assassinato de trans diminuiu em 2019, mas a Antra afirma que outros casos podem não ter sido noticiados.


Créditos: G1 Roraima


 
 
 

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